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Teatro Paulo Eiró na Zona Sul de São Paulo - Av. Adolfo Pinheiro, nº 765 – Santo Amaro Telefones: (11) 5686-8440 / 5546-0449

Em 1957 foi inaugurado um teatro no bairro de Santo Amaro, cujo nome homenageia um escritor e professor santamarense, Paulo Eiró. O homenageado nasceu em Santo Amaro quando ainda era município e faleceu em 1871.

No ano de 1968 o teatro recebeu um acréscimo no seu espaço externo, o mural das fotos deste post, com 18 metros de largura por 5 metros de altura. Trata-se de um mosaico de pedras e mámore do escultor Júlio Guerra, também santamarense e conhecedor da técnica de construção de vitrais.

Como se pode notar na primeira foto, em frente a entrada do teatro há um jardim com algumas árvores e o referido mural. O estado do jardim dispensa a necessidade de uma foto mais detalhada. Nas outras fotos pode-se ver o estado de conservação do mural, bem ruim. Conheço esse teatro há décadas e foi aqui mesmo que recebi o meu diploma do curso ginasial entregue pelo vereador José Maria Marin.

Lamentávelmente, numa sociedade classista e desagregadora como a nossa, o consumismo puro e simples motivado pela profusão generalizada de imagens estáticas e dinâmicas, faz com que a arte esteja mais expressa em propagandas do que em outras manifestações e locais. Assim a arte tem amparo no capitalismo e desamparo na gestão pública. É como dizer que os governos provêm ao público, similares da iniciativa privada com padrão de qualidade relativo ao significado material do ser humano na sociedade. Caso queira melhor terá que pagar por isso. Mas ora, já não pagamos impostos aos montes? Não somos o país do pré-sal, da autosuficiencia em petróleo e da gasolina mais cara do planeta?

O mural criado pelo artista Júlio Guerra. A falta de manutenção é gritante.

Um país desse naipe que pretende ser socialista poderia ao menos considerar a hipótese de manter permanentemente cortada a grama de um bem público como esse e também dar manutenção permanente a uma obra artística que tem a intenção de ser emblemática no contexto. É uma questão de estética visual e política. É deprimente que alguém que vá se servir de um bem público como esse, com propósito cultural, se veja diante de algo de má conservação porque é de uso comunitário. Diga-se de passagem que os ingressos nesse teatro são ridículos comparados à média do mercado, simples R$10,00. Portanto dirigido ao público menos privilegiado.

Qualquer pessôa pode pagar por isso mas se queremos que o cidadão simples se sinta orgulhoso do município onde vive, que se sinta antendido pelo estado, este cidadão não pode carregar em si o sentimento de que a estética e a qualidade estão disponíveis apenas para quem tem uma bela receita. E olhe que aqui estamos falando de uma simples manutenção. A mesma coisa ocorre com o transporte público, que se dá na maioria dos casos com veículos deteriorados e desatualizados. É como se lhe dissessem que aqui você não merece mais do que isso. Ao mesmo tempo que ruas e praças de ricaços andam permanetemente limpas, mantidas, iluminadas. E pelo mesmo poder público que deixa o mato crescer em outros lugares.

Essas coisas mexem com o orgulho das pessôas que inevitávelmente acabam se sentindo sempre inferiores numa sociedade de competição selvagem onde se luta continuamente pela sobrevivencia com poucas chances de se alcançar a vivência digna e agradável. Não contruiremos um país melhor fazendo apenas os melhores viadutos do continente. Isso é infra-estrutura e não meio de elevação de padrão social e cultural, coisa que esse povo precisa ser incentivado a alcançar por gerações seguidas. E não será um vale cultura que fará esse papel.

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A imagem desse post, com cara de foto velha de praça de interior em final de tarde, na verdade é uma foto colorida feita recentemente com o meu celular, no horário matinal em um bairro paulistano.

Se você é morador de São Paulo e teve essa impressão, então o seu estado de espírito lhe traiu e fez uma pequena troça com a sua admiração por uma vida mais lenta, quase inconcebível nos tumultuados dias atuais.

Sentar num banco de praça, como faz o homem da cena, contemplar a visão à frente sem nada dela esperar, observar o mundo passando à pé como se vê no canto direito, parece mais um capítulo de livro do tempo em que se escrevia farmácia com ´ph´.

Se agora você está até ouvindo passarinhos, então já deve ter esquecido que mora num lugar onde o som predominante é das neuróticas e totalmente dispensáveis buzinas bibi, que os motociclistas tornaram o acorde mais ouvido da orquestra desafinada da nossa urbanidade moderna.

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